07 April, 2007

Da ficção à realidade

Closer - Perto Demais. (trecho retirado de um site de críticos em cinema):
"O filme é um estudo complexo sobre verdades e mentiras em um casamento. Linguagem extremamente contemporânea, termos adultos, provocações sensuais, traições, decepções, felicidade e tristeza fazem parte deste mundo. Mundo esse de muitas mentiras e poucas verdades, onde o objetivo de cada um é o mais óbvio possível: a felicidade. Apesar de o filme não tentar ter um final surpreendente (ou comodista), ele funciona como a realidade funciona, ou seja, no fim das contas nem tudo dá certo para todos." Elenco: Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman e Clive Owen.

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Esses dias no trabalho, me surpreendi debatendo sobre um determinado assunto. Estava conversando sobre o sentido do casamento com o meu chefe - é, justamente ele - e acabei por lembrar desse filme, mais tarde, depois de me recordar da cena. Fiquei me indagando se ele (o filme, é claro) estaria tão diferente assim da realidade da maioria dos casais, o que na minha opinião, é (ou seria) assustador...

Pois bem, meus caros, parece que o sentido do casamento mudou, ou então foi seriamente deturpado. Os parceiros, depois de um tempo, parecem perder o sentimento um pelo outro. Não o sentimento em si, mas a vontade de estar sempre perto, o toque, aquilo que nós chamamos de "afetivo" matrimonial. Gradativamente se corrói.

Mas pelo quê, meu Deus?! Apenas pela pura vaidade - eu responderia se me perguntassem. Será? Será mesmo que é mais interessante saber se a mulher do vizinho é mais "gostosa" que a sua, ou se vale mesmo a pena apelar para uma garota de programa na hora da "vontade"...? Será que transar com outra pessoa enquanto casado, em alguma eventualidade, não é mais (porque já foi) sinal de traição? Porque dividir as coisas, nessa hora? Haha, é tanta hipocrisia que até me surpreende!

Um professor meu, por exemplo, tem uma bela mulher e lindos filhos, aparentemente muito bem-sucedido no casamento, mas ele é viciado em casas de prostituição. E teima em não achar que esteja traindo a esposa, porque ao seu ver, não rola sentimento nessas aventuras sexuais alheias.

Traição? Essa palavra só atinge seu significado quando vinculada a sentimento? Será que não rola, aí, uma traição de confiança (onde você acredita que a pessoa é leal a você, não importa o que aconteça), traição de promessa (onde você jura solenemente, na hora do casamento, em amar honrar e respeitar o parceiro, mesmo com as intempéries cotidianas dos casais), traição de si próprio (por fingir - e repito, fingir - acreditar que enganar o companheiro não tem nada demais, sem saber que não se pode enganar a si mesmo), trair, trair, trair... Trair achando que se tudo der errado, pelo menos há um reserva a recorrer? Pura ilusão!

E foi aí que me lembrei do filme. Isso a que todos buscamos (felicidade é o nome? acho que está mais pra auto-realização) é tão relativo quanto Einstein achou ao criar sua teoria. Vejo pessoas arriscando seus casamentos por causa da vaidade, pondo em risco o bem-estar construído durante anos por uma bobagem - eu, pelo menos, acho. Arriscam por achar que as coisas sairão como planejado, e mudarão para melhor. Mas muitas vezes (e em sua maioria) isso não acontece. E o que é pior: perde-se "tanto no time titular, quanto no time reserva". Só o que resta é o arrependimento, que já não adianta naquela altura do campeonato.

Surpreendente é mais tarde ver tanta gente recorrendo a terapias para casais, retiros, livros de auto-ajuda, remédios para depressão, até mesmo igrejas, templos ou terreiros. Tudo é válido na hora do desespero. Se formos parar para pensar, é fácil concluir que cortar o mal pela raiz não é tão complicado. O problema é que tem muita gente que prefere mil vezes errar e errar (e posteriormente tentar consertar o erro) a acertar de primeira. Talvez fosse mais fácil não casar, ou abolir de vez a monogamia nesse planeta! E salve os sheiks árabes; esses, sim, deram sorte!

4 comments:

thaabs said...

Esse filme tem uma boa trilha sonora. (:

Anonymous said...

e viva a poligamia! (6) ahahahaha
amiga, voce escreve muito bem! :)

Lai said...

Ollha eu aqui kkkkkk
li tudinho ;O
cara concordo em numero e genero com tudim que vc falou celle.
E acho que nos dias de hoje, a traição já chegou num estagio que esta sendo perdoavel ate ;~~
em certos casos xT
isso nao existe cara.
beeijo amiiga ;*
esse filme vou assistir x)

Anonymous said...

O filme é mesmo do carajo e 100% fiel à realidade... as pessoas traem... e muito.