05 June, 2013

Água e sal



E esfriou. 

Sinto como se meu corpo estivesse submerso no gelo, onde, depois de um tempo, nada mais se sente. O tempo, a mudança de temperatura, o ar frio e seco que muda tão repentinamente depois de um calor abrasador. Tenho essa sensação.

Entretanto comedida. O que talvez tenha sido um simples vendaval pro que pensei pudesse ser um furacão. Eterna metáfora da vida. Friamente controlada por palavras polidas, clichês cortêses, tudo muito sucinto. Contido. A explosão, a exposição visceral, o debate, o grito, o riso e o choro. Tudo junto como sendo o olho do furacão que não se formou - simples vendaval.

E tudo permaneceu o mesmo, aos olhos de quem vê. Sentimentos guardados, emoções enérgicas controladas. Sorriso que não alcança os olhos. Estou certa de que seja a paz que sempre você desejou - ou quem sabe não. Quem sabe uma fuga.

Sei é que esfriou.

O tempo seco que ficou depois da chegada do fim acabou fazendo com que a lágrima secasse - por seus próprios dedos - antes mesmo que caísse de meu olho. Mas talvez não faça diferença alguma para você.

Também.

Apenas água e sal como uma gota no oceano do caos.

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