10 February, 2010

No fim das contas...


Parei no elevador. Qual é mesmo o andar? Ah, dezesseis! Apertei a campainha. Uma. Duas. Três vezes. Lembrei, nesse meio tempo, do que tanto me afligia, a ponto de implorar que alguém abrisse a porta...

Vida social é bastante complicada, ainda mais quando você é completamente antisocial. Ou por mais que você tente ser o contrário (por vontade alheia), permanecer insociável.

Resolvi fazer terapia, pra ver se adiantava alguma coisa. Saber da minha infância, ao que parece, é algo crucial. Tão crucial, ainda, é o mesmo papo altruísta de sair, "nem que seja para ficar à toa", visitar amigos, tentar "se inserir". Falar também parece tão fácil, pra alguém que não tem (ou nunca se preocupou em ter) amigos. Mas como eu já disse, e se no caso quem optou por isso foi eu mesma? E se fui eu que cansei da hipocrisia alheia e resolvi adotar minha cadelinha como minha leal e melhor amiga? Não tenho esse direito? O que há de mau nisso?

O mau que há é justamente porque esse dilema é tão chato e desgastante que acaba te afetando de alguma forma. Socialização é quase que condição sine qua non à nossa existência. Uma pena.

Resolvi tentar. Comecei por uma caminhada na orla da praia. Três da tarde. Sábado... Muita informação. Melhor pegar leve no começo.

Ok, almoçar fora. Esqueci de novo. Sábado. Companhia para isso só com os colegas de trabalho - o que implica ser no meio da semana. Er... E o salão de beleza? Fofoca demais. Biblioteca municipal? Conversa de menos. Acho então que vou visitar alguém; mas quem? Quem disposto a encarar alguém em quadro "depressivo" sem questionar o motivo da visita? Quem sem companhia ou planos em pleno sábado à tarde? Claro! Como ainda ouso duvidar?! Parti, já quase correndo, da orla calorenta...

Parei no elevador. Qual é mesmo o andar? Ah, dezesseis! Apertei a campainha. Uma. Duas. Três vezes. Lembrei, nesse meio tempo, do que tanto me afligia, a ponto de implorar que alguém abrisse a porta. Ninguém atendeu.

Vasculhei, então, a bolsa por um bom tempo até achar lá no fundo o que precisava, diante daquela frustração.

Passei a chave na fechadura. Logo ao abrir a maçaneta, Meg veio me receber. Essa, sim, é pra todas as horas.

3 comments:

Anna B. said...

Hahahahaha. Muito bom Celle! Você sumiu, nunca mais te vi por aqui. Adorei a cara nova do blog. Beijão.

Hannah Reis said...

Os problemas das pessoas anti-sociais...é grande...acho q ja passei por issoo...è Complicado! Mais no fim das contas...Sempre tem alguem..em que agente pode contar.
Ainda to tentando entender..essa parte final... :S
Mais vo ficar lendo ate entender..rsrsr
Mais no fim das contas...Foi bom!
:D

Juliana said...

a convivência homemxhomem é inevitável, afinal, vivemos em sociedade. e no fundo o que todo mundo quer é isso mesmo: estar rodiado por pessoas queridas por nós e que de quebra também nos querem bem. o caminho das pedras é não ter vergonha de ser o que se é. sem máscaras, personagens ou qualquer tipo de camuflagem. e "no fim das contas", sempre se encontra alguém que enxerga em você defeitos e qualidades, mas que, principalmente, te aceita e gosta de você como você é. sair do armário pode ser bem divertido.